sábado, 14 de novembro de 2009

Casinha Velha, nos Marrazes

R. Professores de Portelas 23
2415-534 Leiria
T 244 855 355
F 244 855 951
E geral@casinhavelha.com
W www.casinhavelha.com

Fica na mesma rua do Tromba Rija, nos Marrazes, perto de Leiria, este restaurante. Ricardo Costa decidiu investir “numa alternativa ao Tromba Rija”, como afirma acerca da primeira motivação para tomar conta do Casinha Velha. O restaurante já existia, com alguns conceitos interessantes, mas com decoração e atmosfera que não agradaram ao jovem empresário. O seu pai, Aníbal Menino, proprietário do restaurante Menino, também nos Marrazes, deu-lhe bons conselhos quanto ao perfil de casa que deveria montar. “Os antigos proprietários não souberam manter o padrão da oferta”, afirma o actual proprietário, em jeito de exemplo do que ele não quer que aconteça no Casinha Velha. “Fiz estudos de hotelaria no Estoril, aprendi muito com a família, e creio hoje ter aqui uma qualidade que ombreia com os melhores”.
Na cozinha estão a mulher e a sogra de Ricardo Costa. Cozinha essa que não tem equipamentos supérfluos. “Fazemos o nosso próprio pão, assamos e assados em forno convector de última geração”. Não existe renúncia ao forno a lenha, antes se considera que “conseguimos resultados óptimos com o equipamento que temos”. Apesar disso, o cabrito é assado “noutro lado”, a fragilidade da proteína e a tendência que tem para secar obriga a soluções alternativas, seguindo a senda dos antigos.
À mesa, antes da refeição passa um tabuleiro com queijos portugueses e enchidos da região. É-nos confiado para, quando o dispensamos, ser pesado. No final, paga-se a diferença de peso. Não fomos por esta via. Preferimos investir na inevitável morcela de arroz, que Ricardo Costa afirma ser dali mesmo, dos Marrazes. Tomámos nota.
A oferta de vinhos passa sempre pelo seu crivo, apesar de não beber. “Nesta casa, eu provo todos os vinhos que temos em carta”. Considera um trabalho que vem de escola, bem como a afinação das temperaturas de serviço e, claro, dos copos de prova mais adequados. “Aqui só temos copos e decanters Riedel”. No coleccionismo, sai ao pai, até numa forma que se diria mais moderada. “O meu pai chegou a ter uma garrafeira com 120 mil garrafas”. Sobre a situação actual, diz que “não só a profusão de marcas é muito maior, como o próprio mercado mudou”. Antigamente, afirma, “havia poucos produtores importantes”. Hoje “há marcas novas todos os dias”, exigindo uma dinâmica comercial totalmente diferente e um relacionamento mais próximo dos produtores.
O vinho da casa é estabelecido e assumido frontalmente por Ricardo Costa. Neste momento, corre o Vila Santa de João Portugal Ramos. Já nos vinhos a copo, são os varietais do Esporão os utilizados, opção invulgar e, numa certa medida, luxuosa. Os azeites também são do Esporão, “tanto na cozinha como na sala”. Medidas que denunciam uma estratégia que se adaptou na perfeição à crise, que aparentemente em nada afectou a operação deste Casinha Velha, que se recomenda.


Cabrito Assado – Um dia a marinar em vinha d’alhos, a que se segue uma assadura muito lenta. Este assado não é feito no forno convector. Ricardo Costa diz que “nas muitas e variadas tentativas, os resultados foram sempre decepcionantes”. É assado "noutro lado".

Fritada com Açorda – Prato típico da região. Carne de porco – só entram costela e carne magra – frita em azeite. O acompanhamento é o desejado, constituído por grelos ou batata.

Arroz de Pato desfiado com frutos
– Ricardo Cruz consegue arranjar patos mudos. Servem-se à Quarta-feira e ficam desde Segunda em marinada. O segredo do arroz de pato passa muito pela correcta e criteriosa escolha da proteína.

Galo assado no forno – Os galos são caseiros e levam um tratamento especial que os amacia particularmente. A marinada é segredo da sogra de proprietário do Casinha Velha. O acompanhamento é arroz de vegetais, batata assada e esparregado de bróculos, opção que não se vê muito.

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