segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O serviço nos restaurantes

Descobri o antídoto para a crise de nervos que é aterrar num restaurante onde até se come bem e ser alvo do pior serviço do mundo. Mudo-o, forço-o a fazer como eu quero e gosto e, de repente, é só comer! As resmunguices dos empregados passam a ser reflexo do “mal” que lhes fiz, o que é particularmente confortável, quando tantas vezes já fui tão injustiçado.

Passo a explicar. Outro dia, pedi um copo de um rosé 2008 para almoçar. Veio o 2007, em vez daquele que estava anunciado na carta. “Olhe fachavor veja lá se na carta não está 2008, porque era esse que eu queria”. Resposta: “Nós estamos a servir o 2007”. Contrarresposta: “Se for o 2007 que está na carta, então fico com um copo desse, mas se for o 2008, é esse que eu quero”. “Penso que não, que é o 2007 que está na carta”. “Custa-lhe muito verificar? Quer que eu faça isso por si?”. Semblante do empregado carregado, para logo passar a corado. “Desculpe, desculpe”. Agradeci e pedi-lhe: “para que o almoço não corra mal, vou-lhe pedir que me facilite a vida ao longo das duas próximas horas, pode ser?” Vitória! O sentimento apoderou-se de mim e nem as incursões inapropriadas do chefe de sala me enervaram como sempre me enervaram tanto. Até ganhei mais outro round, quando trouxeram o risotto errado ao meu amigo. “Não foi isso que pediram? Tenho ideia que sim”. Resposta: “não foi isto que pedimos porque isto nem sequer está na carta do almoço”. O dito “chefe” foi a correr buscar a carta, convencido de que me ia arrumar. Perdeu, claro, mas ainda perguntou “não querem ficar com este risotto? Está muito bom! “Não”, foi a resposta veemente. Depois, foi só pedir para trazer outro prato, reparti o que eu estava a comer, e depois lá veio o risotto certo, em dois pratos. Impecável!

No final da visita, classifiquei o serviço como “bom”. Porquê? Porque é! Fizeram tudo o que lhes pedi e não conseguiram impedir-me de avaliar a comida, verdadeira e primordial razão para se ir ao restaurante. Fico contente. E ficam também contentes aqueles que sempre acharam que a importância que eu dava ao serviço era exagerada. Solução é mesmo obrigar o serviço a ser como eu quero!

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